Os integrantes do bloco da minoria na Assembléia Legislativa realizaram inusitada manifestação na sessão desta terça-feira, quando introduziram um caixão de defunto no plenário, o que obrigou a interrupção da sessão. O presidente Marcelo Nilo considerou o fato como desrespeito ao parlamento, mas observou que a oposição estava no seu papel de crítica e de buscar apoio na mídia.
Para ele, faltou aos integrantes do bloco oposicionista a “grandeza de saber perder”, tão importante quando “saber ganhar”.
Na confusão que se sucedeu à inesperada chegada do caixão na sala das sessões, a presidência apelou em favor da retirada da urna funerária, insistindo na necessidade da desocupação para que fossem votados projetos do interesse da Bahia e dos baianos, mas sem sucesso. A sessão acabou cancelada.
Coube ao deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB) e ao líder da oposição, deputado Elmar Nascimento (DEM), contrapor que o protesto era legítimo, lembrando que mesmo na atual legislatura botijões de gás e pizzas foram levadas ao plenário para marcar posições de desacordo com as decisões ali exaradas. No passado, frisou o peemedebista, regimentos foram rasgados, o plenário ocupado e deputados entraram para os trabalhos com mordaças.
O protesto e a crítica foram provocados pela eleição do deputado federal Zezéu Ribeiro (PT) para a função de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, TCE, por 35 x 23 votos contra Gaban (DEM).
Em seu pronunciamento, o democrata leu um documento chamado “Carta Aberta à população em favor da democracia” e disse que manifestava o mais consciente repúdio à condução e ao desfecho da eleição, e que defendia os “princípios morais, com ética e verdade, no fiel cumprimento das regras cidadãs e na defesa de um Poder Legislativo harmônico, forte, independente e sem submissão”.
Para o líder do governo, deputado Zé Neto (PT), cabe a oposição o papel de protestar, mas, “querem inverter valores. Ganharam no primeiro turno e perderam no segundo. Se houve pressão isso existiu de lado a lado. A eleição foi legitima e não há qualquer representação contra a bancada do governo. Eu desafio que apresentem algum argumento. Não há objeto e a eleição não será revogada”, frisou.