Ataques a pontos fracos, inflação, corrupção, troca de farpas, denúncias, valorização de gestões, marcaram os pontos principais no debate de cerca de três horas de duração entre os presidenciáveis, nesta terça-feira (26) à noite na TV.
Um dos embates mais fortes entre Dilma e Aécio foi sobre as denúncias na Petrobras. Aécio disse que a petista deve “pedir desculpas” à sociedade “pela gestão temerária”, creditando a ela o fato de ter estado 12 anos em cargos nos quais teria “mãos de ferro” sobre a estatal. Segundo o tucano, a Petrobras perdeu metade do valor de mercado e foi parar nas páginas policiais. Dilma respondeu que o governo do PT descobriu petróleo na camada do pré-sal e aumentou o valor da estatal. “Concedemos à Petrobras um volume de reservas para que ela se transforme em uma das maiores empresas de petróleo do mundo”, afirmou. Em réplica, Aécio disse ser uma leviandade tratar a Petrobras como vem ocorrendo e afirmou: “Todas as denúncias acabam caminhando na direção do benefício ao seu partido e a partidos políticos que lhe dão apoio.”
Marina Silva, apontando os ataques contra Dilma e Aécio, questionou a petista sobre o que deu errado nos cinco pactos propostos pela presidente após as manifestações de junho de 2013. Dilma rejeitou a afirmação de Marina, disparando uma bateria de números positivos nas áreas de saúde, economia e educação. Também afirmou que a reforma política prometida pela petista deu lugar às barganhas de ministérios. A candidata do PSB chamou o programa Mais Médicos, do governo federal, de paliativo e foi rebatida por Dilma, que disse que o país não poderia esperar a formação de profissionais e que a saúde de 50 milhões de brasileiros não pode ser considerada algo paliativo.
Já Aécio cobrou de Marina coerência, citando o fato de ela ter dito que não subiria em palanques, como o do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo e depois que gostaria de governar com o ex-governador José Serra. (PSDB). Marina disse sentir-se coerente ao combater a “velha política” que, segundo ela, é a polarização entre PT e PSDB.
Em ataque direto a Dilma, Marina disse que "Para resolver problemas, precisamos reconhecer que eles existem. Esse Brasil colorido descrito por Dilma, quase cinematográfico, não existe”, atacou a ex-senadora.
Dilma questionou Aécio sobre supostas medidas impopulares que ele tomaria se fosse eleito, citando ainda que o desemprego quando o PSDB comandou a Presidência era o dobro em relação ao governo atual petista. “O PT surfou e se valeu muito das reformas que foram feitas no governo Fernando Henrique. Mas a bendita herança acabou", retrucou Aécio.
Os candidatos com menos tempo de televisão – Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB) – aproveitaram o programa para se apresentar e atacar os três melhores colocados.
Ao comentar a proposta de Marina de criar uma lei para tornar o Banco Central independente, o candidato do PV, Eduardo Jorge foi irônico: "Independente de quem? Do povo?"
Luciana Genro, candidata do PSOL, levantando um tema polêmico e se referindo ao candidato do PSC apenas como Everaldo, afirmando não se sentir confortável em usar o alcunha de pastor, disse que o candidato tem declarado em sua campanha que os casais devem ser formados por homens e mulheres, numa rejeição às parcerias homossexuais.
"Homofobia e transfobia matam. A falta de educação a respeito desses temas nas escolas faz falta", declarou Luciana. O candidato do PSC negou ser homofóbico e disse que "o povo cristão é o mais tolerante do mundo".
Aécio disse que, se eleito, reunirá os melhores nomes da economia e garantiu a presença do ex--presidente do Banco Central Armínio Fraga em seu eventual governo.