Em depoimentos que vem prestando à Polícia Federal sob regime de delação premiada com perdão judicial, Paulo Roberto Costa, delatou que durante sua gestão como Diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás, de 2004 a 2012, pelo menos 32 deputados e senadores e um governador receberiam 3% de comissão do valor de cada contrato firmado pela empresa, segundo informações publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo.
Segundo as informações, cinco partidos políticos foram beneficiados com recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados por cartel de empreiteiras dentro da Petrobrás, e esse número pode aumentar até o final do processo iniciado em 29 de agosto.
A revista Veja divulga em sua edição desta semana que o baiano Mario Negromonte, ex-deputado (PP) e recém-empossado conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM) é apontado como um dos nomes vazados no depoimento do ex-diretor da Petrobrás.
Entre os outros nomes que teriam sido apontados por Paulo Roberto, segundo a revista, estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo, o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC). Entre os governadores delatados, estão o presidenciável morto em um acidente aéreo Eduardo Campos (PSB), Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, e Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão.
O vazamento das informações causou um verdadeiro alvoroço nas campanhas dos presidenciáveis Dilma Rousseff e Marina Silva, tendo assessores do Planalto dito que a crise é séria, e o comando da campanha de Marina, sem esconder o clima de tensão, convocado reunião de última hora para tratar do assunto.