Notícia publicada no jornal O Globo desta segunda-feira (3) dá conta de que o Ministro para Comunas e Movimentos sociais da Venezuela, Elias Jaua, assinou um convênio com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), conforme ele mesmo definiu, “para fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista”.
O acordo, firmado no final do mês passado na sede da Escola Nacional Florestan Fernandes, do movimento sem-terra, em Guararema, a 80 quilômetros de São Paulo, de acordo com o MST, prevê estritamente cursos de formação na área de produção agrícola. A escola promove cursos de formação política e técnica para movimentos sociais do Brasil e da América Latina.
Em discurso em Guararema, Jaua, que foi chanceler do ex-presidente Hugo Chávez, afirmou: “Firmar esse convênio para incrementar a capacidade de intercâmbio de experiências, de formação, para fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista, que é a formação da consciência e da organização do povo para defender o que já foi conquistado e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista”.
A declaração foi divulgada pela TV venezuelana Telesur, que recebeu o convênio firmado com o MST como uma iniciativa para desenvolver a economia comunitária.
A babá contratada pela família de Jaua foi presa no dia 24 de outubro ao tentar passar pela imigração com uma arma. Ela já foi liberada e o ministro afirmou que o armamento pertencia a ele e que a viagem com a arma tratou-se de um “erro involuntário” da babá. Ele estava no Brasil com a família para participar justamente do evento com o MST em Guararema e para acompanhar a esposa que passava por um tratamento de saúde em São Paulo. Com o episódio, ele disse ter encurtado sua viagem retornando a Caracas em um avião da estatal de petróleo venezuelana PDVSA.
Segundo Jaua, a babá Yaneth Anza viajara ao Brasil para auxiliar o ministro nos cuidados com a mulher dele, internada em um hospital de São Paulo.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), protocolou na sexta-feira passada no Ministério da Justiça e na procuradoria regional de São Paulo um pedido de abertura de investigações sobre possível prática de crime contra a segurança nacional e contra a ordem política e social cometido pelo ministro venezuelano. O tucano destaca que, além da arma, a suposta babá estava com documentos de “doutrinação política e ideológica”. Observou ainda que o ministro Elias Jaua Milano estava no Brasil para fechar acordos com o MST.
O Ministério da Justiça afirmou que está avaliando o pedido feito pelo líder do PSDB, mas que não há prazo para responder ao parlamentar.