Os deputados federais baianos Lúcio Vieira Lima (PMDB) e José Carlos Araújo (PSD), integrantes titulares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, receberam doações das empreiteiras que estão sob investigação da Polícia Federal, cujos mandatários foram presos na última semana. As empresas estariam em suposto esquema de irregularidade ligada a desvios de verbas da estatal.
Dos 16 parlamentares da CPMI que investigam os atos em suspeita, quatro receberam dinheiro para fazer campanha das empreiteiras investigadas. O maior beneficiado foi o peemedebista Lúcio Vieira Lima, que recebeu R$ 732 mil da OAS. Já Araújo, segundo prestações de contas da Justiça Eleitoral, ganhou o valor de R$ 11.842,14, vindo da OAS R$ 8.995,73 e da UTC Engenharia S.A R$ 2.846,41.
O deputado federal Lúcio Vieira Lima descartou a possibilidade de sair da CPMI, mesmo com a confirmação de ter recebido doações das empreiteiras que estão sob investigação da Polícia Federal, afirmando que nunca sofreu pressão ou interferências de empresas ou pessoas que foram doadoras da sua campanha, e o caso não atrapalhará seu trabalho na comissão.
“Confirmo o recebimento, está devidamente registrado na Justiça Eleitoral. Não recebi só da empreiteira como de outras empresas e pessoas de forma legal. Eu não vou sair da CPMI e continuarei minha atuação. Meu mandato nunca foi e nunca será pautado por condicionamentos de terceiros”, afirmou. “Meu mandato vai contribuir e muito nestas investigações que estamos apurando”, completou.
Durante toda a campanha, Lúcio conseguiu arrecadar o total de R$ 2.424.750,00 em doações. O pessedista, R$ 1.224.075,56. O primeiro foi o deputado federal mais votado do estado, com 222.164 votos (ou 3,35% da votação total) e o segundo, 72.013 (1,08%), ambos reeleitos para as funções.
Os demais membros, além dos dois da Bahia, são Sibá Machado (PT-AC), representante do governo na CPMI, que ganhou a quantia de R$ 120 mil em duas doações, uma da OAS e outra da Engevix; Julio Delgado (PSB-MG), que recebeu cerca de R$ 80 mil da Odebrecht.