A Câmara dos Deputados está em recesso, e com o afastamento dos titulares para ocupar outros cargos como governador e vice, secretários, ministros e cargos executivos, 30 suplentes de deputado tomaram posse no início deste mês de janeiro.
Mesmo não tendo nada para fazer nesses trinta um dias, pois não há atividades no parlamento, cada um deles vai receber em janeiro o salário bruto de R$ 26.723,13, mais auxílio moradia de R$ 3,8 mil, além da verba paga como ressarcimento, o famoso cotão.
Ao todo, a Câmara vai gastar a bagatela de R$ 150 mil com cada um, perfazendo um montante de quatro milhões e meio de reais.
Na Bahia, estão entre os felizardos Sérgio Carneiro (PT), Joseph Bandeira (PSB), Zé da Pesca (PRB) e Domingos Leonelli (PSB).
Como Leonelli desistiu de assumir o mandato temporário, argumentando que "nunca ganhou dinheiro sem trabalhar", em seu lugar tomou posse o novato Bebeto Galvão (PSB).
Ao contrário da atitude exemplar, correta e moralizadora de Leonelli, para o suplente e agora deputado por trinta dias Sergio Carneiro, ”essa convocação dos suplentes é legal e constitucional”.
Mas para o cidadão comum, aquele que sofre para sustentar a família com um salário mínimo corroído pela alta escorchante dos preços, e para aqueles que recebem os benefícios achatados pelo fator previdenciário, e que acabam por pagar a conta, não deixa de ter uma dose grande de imoralidade.
