Alguns episódios observados durante a recente visita do governador a Eunápolis, quando foram inauguradas diversas obras e anunciadas outras tantas, chamaram a atenção. Embora comparações não pareçam a melhor forma de fazer julgamentos e expor argumentos, aqui eles se fazem necessários, para patentear os contrastes entre o sucesso e o fracasso do administrador público e dos modelos de gestão. Vejamos:
- O prefeito de Eunápolis, Neto Guerrieri, em alto e bom som dizia sob os aplausos da multidão e de altas autoridades que o ladeavam no palanque, que a sua administração não deve nada a ninguém, nem a fornecedores, que estão absolutamente em dia, e muito menos a funcionários, que nesses quarenta meses da sua gestão nunca tiveram os seus salários atrasados. Já o prefeito de Itabela, ali presente, escutava tudo, impassível, silencioso, num canto do palanque, certamente com a consciência não muito tranquila pelo dever não cumprido.
- Enquanto o prefeito de Eunápolis fazia entrega de obras importantes para toda a comunidade nos setores da infraestrutura, saúde, ação social, educação, o de Itabela, não tendo nada do que se vangloriar, poderia estar com remorso de não ter asfaltado pelo menos a rua Miramar, obra tão prometida e jamais realizada.
- Enquanto Neto se juntava aos seus deputados e ao governador para anunciar o asfaltamento da estrada da Colônia, o prefeito de Itabela, estático, devia estar “matutando” sobre o abandono a que tem relegado as estradas vicinais do município, com os produtores mais uma vez sofrendo com a dificuldade de escoamento da safra de café, da produção de mamão, banana, maracujá, e tantas outras riquezas do município.
- Enquanto em Eunápolis ruas são asfaltadas, entidades recebem apoio para desenvolver e potencializar as suas atividades, até recebendo automóvel e caminhão doados, em Itabela o secretário de agricultura, por mais que tenha vontade de trabalhar, não encontra nenhum respaldo, já que as máquinas e equipamentos do município estão parados, sofrendo com a ação do tempo, ao relento, na dependência de serem reparados, cujo custo seria em torno de R$ 20 mil reais, enquanto uma vultosa licitação vencida por empresa da cidade vizinha para esse tipo de serviço estaria em pleno vigor, com notas sendo empenhadas e pagas, sem que se saiba a contrapartida dos serviços realizados.
- Enquanto lá em Eunápolis a população se manifestava democraticamente e entusiasticamente com os seus líderes, um grupo com o “#FICA NETO” e outro com o “#VOLTA ROBÉRIO”, numa demonstração de que estão muito bem servidos e safisteitos, com um ou com outro, por aqui na pacata Itabela, sofrida e abandonada pelo poder público municipal, o povo fica a se lamentar, esperando que as correntes políticas dialoguem francamente, entendam que no momento de transição e de dificuldades que estamos atravessando, o único caminho que de fato vem de encontro às ansiedades do povo é o diálogo franco e sincero, o entendimento, deixar de lado o “eu”, buscar sempre o “nós”, com sinceridade e humildade, porque esta é a única chave que abre todas as portas.
- Secretários municipais e assessores na cidade vizinha de Eunápolis mantêm o largo sorriso, a felicidade estampada no rosto com a sensação do dever cumprido diante do sucesso do seu gestor público, o prefeito Neto. Ao contrário, o prefeito de Itabela parece um homem solitário, abandonado pelos seus comandados, de feições fechadas e preocupadas, que não parecem se sentir à vontade ao lado do prefeito, ou porque para nada são incentivados ou sequer convidados.
Por fim, e por ora, vereadores em Eunápolis são recebidos pelo prefeito Neto, fazem questão de caminhar e estar ao seu lado, sem medo de serem destratados e criticados pela comunidade, pelos formadores de opinião e pelos veículos de comunicação. Mas bem ao contrário disso, em Itabela o prefeito, quando raramente aparece em seu gabinete, mantém a porta trancada, vereador passa ao largo, diálogo não existe, ninguém se arrisca estar ao seu lado em lugares públicos, nas ruas, até mesmo porque nesses locais o prefeito nunca se faz presente.
TRISTE ITABELA! Ó QUÃO DESSEMELHANTE (Original: Gregório de Matos)