Por 61 votos a favor, 20 contra e nenhuma abstenção, o Senado Federal aprovou na sessão de julgamento encerrada na tarde desta quarta-feira (31) o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão, foi acatada a votação em separado da inabilitação para ocupar função pública, tendo havido 42 votos sim pela inabilitação, 36 não e 3 abstenções.
Questionado durante a sessão, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que seria necessário quorum de dois terços do plenário para aprovar tanto a cassação como a inabilitação.
Para o senador Álvaro Dias (PV-PR), a Constituição e a Lei das Inelegibilidades foi descumprida com o fatiamento das votações, que atribuiu como sendo um ato de generosidade com a agora ex-presidente Dilma Rousseff.
Defendendo o voto não à inabilitação, Tião Viana (PT-AC), visivelmente emocionado, fez apelo aos colegas senadores para votarem sem ressentimento, e a senadora Katia Abreu (PMDB-GO) disse que Dilma está prestes a se aposentar e precisaria completar os pontos necessários para fazer jus a uma aposentadoria de R$ 5 mil.
O senador Cácio Cunha Lima (PSDB-PB) considerou “um absurdo” a votação em separado, afirmando que "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", como menção ao fato de que, mesmo sem a inabilitação ser aprovada pelo Senado, isso ocorreria de qualquer forma, por conta da Lei de Ficha Limpa.
Segundo o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), argumentando sobre o descumprimento da Constituição e que levou ao impeachment, disse que “todo ocupante de cargo público deve respeitar o orçamento e não tratá-lo como peça de ficção”, frisando que “o país está passando por uma assepsia política” e que “todo político deve ter responsabilidade com os compromissos feitos na campanha eleitoral”.
Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), durante sua fala, deixou escapar uma verdadeira pérola do vocabulário ao dizer que "a presidenta é inocenta".