O Senado da República reconheceu algo já sabido por grande parte da cidadania, especialmente depois de a homenageada tornar-se Santa Dulce dos Pobres: trata-se de eloquente, vitoriosa e verdadeira heroína do nosso país.
A sagração no Congresso, ao transcorrer do terceiro ano de demora em relação ao Vaticano, vem em momento oportuno, como ferramenta didática para correção da conduta de parlamentares exaltados a causarem distúrbios, profanando a Casa Legislativa, bastião do Estado Democrático e de Direito.
Enquanto vive do pecado de articular golpes, cultuando anti-herois, a civilização caminha por práticas virtuosas como as da freira baiana. A inclinação para a caridade, acolhendo os despossuídos, enfermos e desalentados, alinhou definitivamente as ações da torcedora do Ypiranga, o time do povo, ao caminhar descalço dos crucificados contemporâneos.
Teria Jesus Cristo abraçado tal exemplo de doação, seguindo à risca o pedido tantas vezes presente na Bíblia Sagrada: livra-te dos bens materiais e ajuda a quem precisa, se quiseres alcançar o Reino dos Céus.
Embora iniludivelmente significativa, a honraria não causaria o menor rompante de vaidade em Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes se em vida tivesse seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Alimentar e curar o povo sofrido era o único motivo para seus escassos sorrisos, iluminando o rosto cansado de quem enfrentava as noites com dificuldades, por conta de problemas respiratórios.
Por nunca desistir do sonho, hoje compartilhado em políticas públicas, começou improvisando um galinheiro para atender seus pacientes, e invadia prédios vazios, tantos quantos pudesse, a fim de abrigar necessitados.
O projeto de lei 5.641 certamente será sancionado pelo presidente Lula, tal a identificação da história do faminto migrante pernambucano com a de cada uma das brasileiras e brasileiros salvos da indigência substituída por dignidade.