Em entrevistas a prestigiosos meios de comunicação da capital baiana, uma só avaliação foi destacada por duas das maiores autoridades do estado, com conteúdos resumidos em uma só frase.
Para o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Carlos Andrade, “o lockdown é um remédio muito amargo, mas nós temos que tomar”.
Também para o médico Raymundo Paraná, diretor do Hospital Aliança, um dos mais importantes da capital, “lockdown é um remédio amargo, mas eficaz', acrescentando ainda que “restrição social é uma responsabilidade de cada um, é uma questão de cidadania'.
O diretor médico do Hospital Aliança, Raymundo Paraná, avaliou a necessidade de se adotar um fechamento total das atividades em meio ao pré-colapso do sistema de saúde da Bahia durante a pandemia de coronavírus, comentando que a medida não garante um controle da pandemia, mas é eficaz para evitar uma saturação de leitos de UTI nas unidades de saúde.
"Lockdown é um remédio amargo, mas é um remédio eficaz, não para controlar a pandemia, mas para evitar o colapso que pode se falar. As pessoas confundem e ouço falar argumentos absolutamente insustentáveis de que a França e a Inglaterra fizeram lockdown e estão lá com a pandemia. Não é isso. Lockdown é um gatilho acionado quando a taxa de ocupação hospitalar coloca em vulnerabilidade o acesso do paciente ao sistema de saúde. Nesse caso, o lockdown se faz necessário porque ele não vai controlar a doença, mas vai diminuir a pressão sobre os hospitais", disse o médico.
"O número de pacientes novos que vão chegar nos próximos 15 dias vai cair e permitir que os hospitais respirem. A restrição social é uma responsabilidade de cada um, é uma questão de cidadania", acrescentou Paraná.