As unidades de pronto atendimento (UPA) e hospitais na Bahia estão recebendo um grande volume de pacientes infectados com a Covid-19 nas últimas semanas. De acordo com dados divulgados pela Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, que pertence à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o número de pessoas infectadas mais que dobrou desde o início do mês de novembro, chegando a 128 %.
No dia 1º de novembro, a Bahia registrava 945 novos casos da Covid, e ontem (23), o estado chegou a registrar 2.945 casos ativos. A quantidade de testes realizados que deram positivos nas unidades de testagem da capital baiana também registraram alta, chegando a 58% de testagem positiva.
Por causa do aumento de casos, o Centro de Tratamento para Covid, referência no Estado da Bahia, no Hospital Espanhol, aumentou o número de leitos disponíveis na unidade de saúde. Atualmente, o hospital está operando com 127 leitos, sendo 57 de UTI e 70 de enfermaria. De acordo com o governador Rui Costa (PT), 47 novos leitos foram abertos nesta semana e até amanhã (25), um total de 160 leitos serão implantados.
Em alguns bairros da capital baiana, principalmente os mais populares, é possível encontrar crianças, adultos e idosos aglomerados e sem máscaras, mesmo diante do aumento no número de casos de infectados no estado. O autônomo Carlos Alberto, de 47 anos, morador de Novo Horizonte, em Salvador, é um deles e contou que não dispensa o uso da máscara em alguns lugares onde há risco de maior exposição ao vírus. “Apesar da flexibilização na maioria dos lugares e de ter tomado as três doses da vacina contra a Covid-19, eu ainda continuo usando a máscara quando preciso pegar ônibus ou frequentar lugares com muita gente. É melhor prevenir do que remediar, principalmente agora com a explosão de novos casos”, declarou.
Apesar do aumento expressivo no número de novos infectados, Priscila Macedo, coordenadora de operação de emergência em saúde pública da Sesab, informou em entrevista à imprensa que o órgão ainda não considera obrigatório o uso de máscaras, mas segue recomendando a população para o uso do equipamento. “Nossos dados balizam para uma recomendação. Obviamente que o cenário da pandemia é muito dinâmico. A gente pode estar trazendo essa informação agora e, logo adiante, tudo pode mudar”, afirmou.
O médico e cientista Miguel Nicolelis afirmou que as pessoas deveriam voltar a utilizar as máscaras de proteção em ambientes fechados, mal ventilados, com aglomerações e dentro do transporte público. “Estamos claramente enfrentando um vírus que evoluiu. Ele foi permitido circular livremente no Brasil nos últimos meses e agora nós estamos tendo a resposta do que é o efeito dessa promiscuidade da circulação de um vírus tão perigoso quanto esse do Covid”, destacou.
Desde o início da pandemia, a Bahia já registrou 1.677.544 pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19. Do total, 30.820 não resistiram à doença no estado. Na capital baiana, 274.521 pessoas testaram positivo e 8.462 vieram a óbito.