Os pequenos, mais do que nunca, estão em situação de vulnerabilidade quando se trata da Covid-19 na Bahia: nesta quinta-feira (24), todas as 20 camas de enfermaria preparadas para tratar da doença estavam ocupadas.
Na UTI, que também dispõe de 20 vagas, oito crianças estão lutando contra quadros mais graves do vírus (40% de ocupação). Atualmente, este tipo de atendimento na rede pública é realizado pelo Instituto Couto Maia, em Salvador, em momentos mais críticos da pandemia, os leitos pediátricos também estavam disponíveis no Hospital Martagão Gesteira. Até agora, 116 crianças de 0 a 9 anos perderam a vida para a Covid em toda a Bahia - mostrando que o vírus não escolhe idade para fazer suas vítimas.
Enquanto isso, o atendimento adulto na capital baiana é realizado pelo Hospital Espanhol, e o crescimento nos indicadores também preocupa na enfermaria: até ontem, de acordo com dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a taxa de ocupação era de 90%: somente oito dos 80 leitos disponíveis estavam vazios, enquanto na UTI esse índice baixou para 54% por conta da abertura de mais vagas.
Com o início da Copa do Mundo e as inevitáveis aglomerações para acompanhar os jogos da Seleção Brasileira, as autoridades seguem apelando para que a população compareça às unidades de saúde para finalizar o seu esquema vacinal, a fim de barrar o avanço da Covid. Só para se ter uma ideia, 146 municípios baianos ainda nem chegaram aos 50% de cobertura da terceira dose, ainda segundo a Saúde estadual.
A situação fica ainda mais dramática quando se trata da vacinação infantil. Ao contrário dos adultos, as crianças por enquanto só tomam as duas doses básicas dos imunizantes, e nem isso se conseguiu: apenas 15,44% da população entre 3 e 4 anos da Bahia tomou a primeira dose da vacina, e 5,37% recebeu a segunda.
“Quero reforçar a necessidade de as pessoas completarem a segunda, terceira e quarta doses. Quem não tomou, por favor, compareça, tome a vacina, é fundamental para proteger dos riscos maiores da Covid”, pediu o governador Rui Costa (PT).
Desta forma, diante de uma nova onda de casos da doença, realmente é necessário que a população atualize seu esquema e adote as medidas tão difundidas ao longo da pandemia, como o uso de máscaras em contextos de maior exposição. “A vacina é muito importante para diminuir o agravamento, mas o seu papel é um pouco menor na transmissão.
Por isso, é muito importante que a gente volte a utilizar boas máscaras em situações específicas, ou seja, transporte público, locais fechados e situações com muita gente em um espaço relativamente pequeno”, recomendou o cientista da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) Marcelo Gomes, que também coordena o boletim InfoGripe. A Bahia segue entre os estados com tendência moderada de crescimento em longo prazo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).