Após o aumento de casos de covid-19 na Bahia, uma nova subvariante da Ômicron foi identificada circulando entre os baianos em pelo menos 11 cidades do estado. A detecção foi feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), que estuda o sequenciamento de variantes da Covid-19.
De acordo com a Secretaria de Saúde do estado da Bahia, a linhagem BQ.1 foi identificada em 41 das 128 amostras coletadas entre os meses de outubro e novembro. As amostras com a subvariante foram coletadas nos municípios de Salvador, Candeias, Conceição do Coité, Dias D’Ávila, Euclides da Cunha, Ilhéus, Lauro de Freitas, Mairi, Porto Seguro, Ruy Barbosa, São Sebastião do Passé e Simões Filho. Ainda segundo o órgão, os casos de Covid-19 aumentaram nestes municípios.
Os genomas sequenciados correspondem em 100% a variante Ômicron, sendo 3,2% (4/128) da linhagem BA.1; 1,6% (2/128) da linhagem BA.2; 18,0% (23/128) da linhagem BA.4; 42,1% (54/128) da linhagem BA.5; 32,0 % (41/128) da linhagem BQ.1 e 0,8% (01/128) para cada uma das linhagens BE.1, BE.9, BF.33 e XBB.2. Além do sequenciamento feito pelo Lacen-BA, a Fiocruz/BA detectou mais três amostras com a BQ.1.
Para escolha das amostras para o sequenciamento e análise, foram adotados como critérios suspeitas e/ou contatos de variantes de preocupação e variantes de interesse informados pela vigilância; surtos, tripulantes de navio, casos que evoluíram para óbitos; casos de Covid-19 que se agravaram rapidamente; amostras com alta carga viral; além de pacientes com diagnóstico positivo para SARS-CoV-2 com histórico de viagem para região de circulação de variantes de atenção.
A secretária da Saúde do Estado, Adélia Pinheiro, alerta que este é um cenário em que a população deve ter ainda mais atenção para completar o esquema vacinal. “Temos ainda cerca de 7,8 milhões de baianos com a vacinação pendente. Deste total, um milhão sequer tomou a primeira dose”, pontua a Secretária.
O pesquisador e doutor em Microbiologia José Eduardo Levi demonstrou preocupação com o avanço da nova subvariante da ômicron e teme uma nova onda da Covid-19 devido às aglomerações da copa e confraternizações de final de ano.
“Vejo com preocupação os dois meses finais do ano. Acho que vai subir mais ainda o número de casos, até porque tivemos as aglomerações eleitorais, não tem nenhum tipo de medida de precaução, de medidas preventivas, quase ninguém está usando máscara, estamos aglomerando bastante. Vai ter a Copa e depois as festas de fim de ano, então acho que é possível que a gente tenha uma nova onda em janeiro”, avaliou em entrevista à imprensa.
Desde o início da pandemia, a Bahia já registrou 1.714.647 pessoas infectadas pelo vírus da Covid-19. Do total, 30.826 não resistiram à doença no estado. Na capital baiana, 274.785 pessoas testaram positivo e 8.469 vieram a óbito. Atualmente, 4786 casos se encontram ativo em toda a Bahia.