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FALTA DE IMUNIZAÇÃO

Seis milhões de pessoas estão com esquema vacinal incompleto na Bahia

Falta de imunização é um dos fatores que ajudam na proliferação de variantes do vírus

Por: A Tarde
Publicado em 06/01/2023 09:16
Atualização:06/01/2023 09:21

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O aparecimento de novas subvariantes do vírus SARS-CoV-2 tem provocado alertas diante da baixa vacinação com as doses de reforço e a flexibilização de medidas sanitárias. Um levantamento da Rede Nacional de Dados em Saúde aponta que cerca de 69 milhões de brasileiros não receberam a dose de reforço contra Covid-19 e, até agora, 19 milhões de pessoas não buscaram nem a segunda dose do esquema vacinal primário. Na Bahia, mais de seis milhões não se vacinaram ou  estão com o esquema vacinal incompleto.

De acordo com a infectologista Lorena Galvão, a falta de vacinação é um dos fatores que ajudam na proliferação de novas variantes do vírus da Covid-19. Essas variantes aparecem através do processo de mutação do vírus, que ao invadir uma célula se replica diversas vezes, podendo ocorrer alguns erros no processo. 

Esses novos vírus, criados de forma errada, são as variantes, explica a infectologista. Quanto maior for a transmissão de um vírus, maior a chance de ele se replicar em outros seres vivos e gerar sempre novas mutações e, portanto, novas variantes.

Segundo informações do Instituto Butantan, as principais variantes do vírus SARS-CoV-2 presentes no Brasil são a Alfa (B.1.1.7), Beta (B.1.351), Gama (P.1) e Delta (B.1.617.2) –, mais transmissíveis que o vírus original. 

A coordenadora de doenças imunopreveníveis da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Vânia Rebouças, diz que a principal preocupação com a presença destas novas variantes está relacionada ao risco que elas podem trazer para as pessoas que não foram imunizadas com as doses de reforço. 

“A gente tem uma diminuição na resposta das vacinas do esquema primário [1ª e 2ª doses] ao longo dos meses. Por isso, há a necessidade das doses de reforço”, afirma Vânia. 

A infectologista Lorena acrescenta que a não imunização ou o atraso nas terceira e quarta doses faz com que as pessoas tenham uma resposta imunológica menos eficaz quando forem expostas ao vírus, podendo apresentar casos graves da doença. Dados fornecidos pela Sesab mostram que mais de 26% das pessoas com 12 anos ou mais estão com a terceira dose atrasada, e 16,9% das que tomaram a terceira dose estão com a quarta dose atrasa.

Vânia afirma que, à medida que a imunização avança no estado, muitas pessoas optam por não retornar aos postos de vacinação, a fim de tomar as doses de reforço. Entre o público da faixa etária de 12 anos ou mais, cerca de 92% já tomou a primeira dose e 85,7%, a segunda, mas, ao chegar nas doses de reforço, os percentuais caem para 60% na terceira dose e 54% para a quarta. 

A coordenadora de doenças imunopreveníveis diz que hoje já há vacina mais avançada, que garante cobertura maior contra as subvariantes do vírus. 

“A gente tem a Pfizer Bivalente que cobre as novas variantes. No Brasil, a primeira remessa já foi recebida pelo Ministério da Saúde, mas ainda não foi liberada para os estados. Essa vacina vai ser oferecida inicialmente para os idosos de 80 anos ou mais e depois vamos avançando de acordo com a idade”, diz. 

A Pfizer Bivalente é um imunizante utilizado como dose de reforço.

Surto nos EUA

Uma nova mutação do SARS-CoV-2 provocou uma nova onda de infecções nos Estados Unidos. 

Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC), a subvariante XBB.1.5 já é responsável por 40% dos casos de Covid no país, que na primeira semana de janeiro registrou o dobro de notificações. 

Só em Nova York, 75% dos diagnósticos são atribuídos a esse novo vírus. “O que se sabe, até o momento, sobre a XBB.1.5 é que é apontada pela Organização Mundial da Saúde como a mais transmissível entre todas as variantes. Foi evidenciado que é uma variante que escapa de uma forma eficiente dos nossos anticorpos, seja por resposta imune após a doença ou após a vacina”, explica Lorena.

A infectologista afirma que a principal maneira de evitar o surgimento de novas variantes é impedindo a circulação do vírus. 

Portanto, manter a higiene das mãos, evitar aglomerações, uso de máscara, especialmente em pacientes com comorbidade, e a vacinação completa são medidas que podem ser adotadas para conter a circulação das sub variantes.









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