O número de casos de dengue está em queda em 10 estados brasileiros. E em estabilidade em outros 12 estados. A Bahia está entre as cinco unidades da federação com tendência de alta da dengue. Desde o começo do ano, 138,2 mil pessoas foram infectadas pela doença no estado. Na 15ª semana epidemiológica (período de 7 a 13 de abril), as autoridades de saúde contabilizaram 5,2 mil casos. Até agora, 45 mortes foram confirmadas em decorrência da dengue.
Os outros estados com tendência de alta são: Ceará, Maranhão, Paraná e Sergipe.
As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde, durante o colóquio “Avanços e Perspectivas no Enfrentamento à Dengue”, promovido pela pasta, nesta quarta-feira (17), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília (DF). Na reunião, o Ministério atualizou o cenário epidemiológico da dengue no país e debateu ações para prevenção e controle da doença.
Desde o começo deste ano já foram registrados 3,3 milhões de casos de dengue em todo o país. Até agora, o Ministério da Saúde já confirmou 1,4 mil mortes pela doença. Mas, segundo a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério, Ethel Maciel, o pico da epidemia já ficou para trás.
“Neste momento, passamos pelo pico. Subimos a montanha e agora estamos descendo. Mas nessa descida ainda precisamos continuar em alerta”, afirma Ethel Maciel.
Para isso, o paciente diagnosticado não pode descuidar da hidratação, “o que pode ser feito pelos serviços de saúde e também dentro de casa", completa a secretária.
Segundo gestores e especialistas em arboviroses presentes do encontro, a tendência de queda está relacionada ao fator climático, já que o país se aproxima ao período mais seco e frio do ano — condições menos propícias para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Ao longo de 40 anos, o período médio de duração das epidemias sempre variou entre 20 e 22 semanas.
A Sandra Calazans, de Lauro de Freitas (BA), região metropolitana de Salvador (BA), é um exemplo no combate aos focos do mosquito transmissor. A aposentada mora em uma casa grande, com piscina, muitas árvores e vasos de plantas espalhados pelo quintal. Ela e a família estão sempre atentos e não descuidam de nenhum cantinho.
“Cuidados a gente sempre tem. O que não deixo é água parada, plantas com pratinho com água. Estamos sempre olhando nos vasos, ralos e colocando produtos para evitar o mosquito.”
Pacientes e médicos: atenção ao 4º dia da doença
Apesar da alta incidência dos casos e da necessidade de combate ao mosquito Aedes, a dengue é uma doença que pode ser prevenida. E, para evitar a forma grave, o tratamento rápido e adequado é fundamental. A secretária Ethel Maciel explica que a dengue tem suas fases: “uma inicial com muita febre e uma segunda fase — às vezes sem febre — mas é nesse momento que os sinais de alerta podem aparecer e a pessoa precisa procurar o serviço de saúde”.
“Queria aproveitar para alertar os profissionais de saúde — não só a população — para prestarem atenção no quarto e quinto dia. A pessoa chega ao serviço de saúde, relatando que teve um diagnóstico de dengue e está se sentindo com enjoo, vômito, algum sangramento. [O profissional deve] Ficar atento porque é um caso de dengue, que está ficando grave”.
Cuidados precisam continuar
Por conta da alta no número de casos registrados na Bahia, a população precisa aumentar ainda mais os cuidados. A eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti continua sendo a melhor forma de prevenir a dengue. Por isso, o Ministério da Saúde preconiza que apenas 10 minutos semanais são suficientes para vistoriar a casa e acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor. Confira alguns cuidados:
- Olhar garrafas, pneus, calhas, caixas d'água;
- Verificar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
- Inspecionar plantas e pratos que acumulem água;
- Verificar todo e qualquer local que tenha possibilidade de ter água parada;
Sintomas (Fonte: Ministério da Saúde)
Os sintomas mais frequentes da dengue são febre alta e dor de cabeça, mas é quando esses sinais começam a ir embora, que outros começam a aparecer, como:
● vômitos;
● dor abdominal;
● tonturas ao se levantar;
● sangramento na gengiva e no nariz.
Gestantes e pessoas com comorbidades e doenças crônicas precisam estar atentos a qualquer sintoma — e procurar imediatamente ajuda médica. A mesma recomendação do Ministério da Saúde vale para pais e responsáveis de crianças pequenas que apresentarem algum desses sinais.