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PREOCUPANTE

Geração com 11,5 milhões de jovens é desafio para o Brasil

Segundo especialistas, evasão escolar no ensino médio é preocupante

Por: Agência Estado
Publicado em 17/06/2023 08:29
Atualização:17/06/2023 08:32

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O número é alarmante: 11,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos não trabalham nem estudam no Brasil - ou seja, é mais que a população de Portugal inteira. Chamado de nem-nem, esse grupo cresceu de forma exponencial nas últimas décadas até atingir o auge na pandemia, de cerca de 30% da faixa etária. Esse número caiu para 23% da população no primeiro trimestre deste ano, segundo dados da FGV Social. 

Apesar disso, a proporção de jovens nessa condição está acima da média internacional. No ano passado, o relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o Brasil tinha o segundo maior porcentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalhavam nem estudavam. 

Reverter essa situação, no entanto, não é uma tarefa fácil nem rápida. Envolve uma mudança estrutural na educação do País, que há anos vem deixando a desejar, segundo especialistas. Na avaliação de Naercio Menezes Filho, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso e professor do Insper, o País precisa melhorar a qualidade da educação em todos os níveis - do ensino básico ao médio - e garantir que os jovens tenham condições de completar o ensino superior. 

Com o avanço da escolaridade, o Brasil viu aumentar o números de jovens que completam o ensino médio, mas os estudantes acabam ficando num “limbo”, de acordo com Naercio. “Muitos não vão para o ensino superior, e também não encontram o emprego que gostariam, um pouco mais qualificado.” 

A questão é que a escola não prepara o estudante. O economista Vandyck Silveira, CEO da edtech Humaitá Digital e sócio da Mind Academy, afirma que o País tem hoje 47 milhões de alunos no ensino fundamental e apenas 8,5 milhões no médio. Ou seja, a evasão escolar entre o ensino fundamental e o médio é grande. No ano passado, um estudo feito pela Firjan Sesi mostrou que 500 mil jovens acima dos 16 anos largam os estudos anualmente. 

E mais: apenas 7 em cada 10 brasileiros concluem essa última etapa da educação básica até os 19 anos, índice que deixa o Brasil atrás de países latino-americanos como a Costa Rica, a Colômbia e o Chile. “Os estudantes não encontram respaldo na educação formal. O ensino brasileiro é um ensino fidalgo, que ainda tem literatura portuguesa, análise sintática, coisas acadêmicas”, diz Silveira. 








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